O futuro está próximo - O planejamento e a copa em 2014, belo texto do Consultor Marcos Morita



Sua empresa na Copa do Mundo é Cigarra ou Formiga?
Lembrando da parábola, especialista em estratégia fala como as empresas podem aproveitar o melhor deste período, sem perder negócios e produtividade
A Copa do Mundo na África do Sul já começou e apesar das comemorações, no cenário empresarial brasileiro nem todos têm motivos para celebrar ou estarem otimistas. Analisando de forma estratégica, as empresas, com raras exceções, estão felizes com essa paralisação nacional. Eufóricos estão os proprietários de bares, restaurantes, fabricantes de cerveja e badulaques, assim como os vendedores ambulantes, fantasiados de verde e amarelo.
Também comemoram por antecedência fabricantes de projetores, televisores, materiais esportivos e álbum de figurinhas - diga-se de passagem, o grande viral do torneio até o momento. Para estes, o ano já terminou, uma vez que as metas anuais já foram em grande parte atingidas. Entretanto, para a maioria do empresariado, o período é de vendas em baixa e colaboradores concentrados no hexacampeonato. No país do futebol, mês de copa é sinônimo de falta de concentração, dias parados e olho na telinha, embora sempre haja mal-humorados de plantão, os quais praguejam a cada quatro anos sobre os absurdos dos horários reduzidos em repartições públicas, empresas e bancos.
Apesar das discussões filosóficas, o fato é que o Brasil irá parar durante 90 minutos, pelo menos. Adicione mais 90 nas grandes capitais para o trânsito pré-jogo e 120 após o apito final em caso de vitória. Feitas as contas, estes dias estarão literalmente perdidos. O que espero, aconteça apenas com o expediente.
A previsibilidade deste cenário é tão certa quanto à pasmaceira na quarta-feira de cinzas, os plantões entre o Natal e o Ano Novo e as secretárias eletrônicas atuantes nos primeiros dias de janeiro. Neste ambiente, as empresas podem ser divididas em dois grupos: formigas ou cigarras, como na velha fábula.
As empresas do tipo formiga - creio a minoria - planejam com antecedência, aproveitando a temática da copa. Ofertas e ações promocionais envolvendo clientes, parceiros, fornecedores e colaboradores internos, as quais bem montadas e arquitetadas, compensam eventuais perdas com os dias de bola rolando, em última análise o objetivo de tais investimentos.
Precavidas, adéquam também seus estoques ao menor giro de vendas, antecipam faturamentos a distribuidores e clientes, renegociam entregas com fornecedores e compensam as horas dos jogos no calendário anual - dois jogos para os pessimistas e cinco para os mais otimistas, excluindo-se os finais de semana.
O desespero irá tomar conta - à medida que os jogos se aproximam - das empresas do tipo cigarra, as quais despreocupadas cantarolaram durante o outono. Infelizmente há pouco o que se fazer para melhorar esta situação. Aviso que as condições climáticas podem ser bastante desfavoráveis durante as próximas semanas: estoques altos, contas a pagar e pedidos a receber. Junte agora faturamento em queda. Nestas situações talvez o melhor seja aguardar o inverno passar.
Caso decida renegociar, sugiro que verifique o perfil dos seus parceiros - fornecedores, clientes - e também concorrentes. Tome cuidado caso se enquadrem na categoria formiga. Além de atrapalhá-los na hora do jogo, sua pressa e afobação em fazer negócios de última hora podem demonstrar falta de organização e controle.
Enfim, nem tudo está perdido. Assuma os prejuízos de sua postura cigarra em seu fluxo de caixa, agregando sua equipe em torno de um objetivo comum. Crie uma campanha interna, disponibilize telões nos dias dos jogos no período matutino e dispense seus funcionários nas partidas vespertinas.
Talvez seja visto como um empresário ou executivo do tipo formiga - pelo menos por seus colaboradores. E que a lição não seja esquecida daqui a quatro anos, quando a copa será disputada em solo brasileiro.
Isto é, se os governantes tupiniquins não continuarem a adotar a postura avestruz - escondendo a cabeça como se nada estivesse acontecendo - apresentada até o momento. O que estará em jogo neste caso será a imagem do país, a qual estará eternamente comprometida, caso o estilo cigarra prevaleça.

Escrito por Marcos Morita -  (Mestre em Administração de Empresas e professor da Universidade Mackenzie. Especialista em estratégias empresariais. É palestrante e consultor de negócios -
HSM Online
18/06/2010

Bela análise feita pelo professor Eric Messa, do blog e-code, sobre a febre #CALA BOCAGALVÃO


Crise de Imagem: a resposta da Globo para o "Cala Boca Galvão"


O fato todos conhecem: desde o início da Copa do Mundo de 2010, virou hit no Twitter a expressão "CALA BOCA GALVAO", bem como o tag #calabocagalvao.

Vale ressaltar que sempre foi costume do brasileiro, durante a transmissão dos jogos de futebol pela Rede Globo, mesmo antes do Twitter, reclamar dos comentários do Galvão Bueno. Como digo sempre, os meios digitais não são nada mais do que espelhos potencializadores do que já acontece em nosso cotidiano.

No Twitter a reclamação virou brincadeira. Foi chamada de "movimento". O objetivo: fazer a expressão "CALA BOCA GALVAO" chegar aos Trendig Topics do Twitter.

A Repercussão:
O Twitter foi de fato uma ferramenta potencializadora de um interesse coletivo. O objetivo foi alcançado. A expressão chegou aos Trending Topics e com isso, ganhou repercussão mundial.

Chegaram a exibir uma faixa dizendo "CALA BOCA GALVAO" durante a primeira partida do Brasil na Copa do Mundo.

Para complementar e estimular a propagação, o blog Não Salvo, em conjunto com Nandopax e NerdsKamikaze, criaram um vídeo publicado no YouTube, com o objetivo de confundir a audiência internacional (que no Twitter questionavam o que significava a expressão "CALA BOCA GALVAO").

No vídeo publicado no YouTube, uma narração em inglês fala de um movimento para salvar uma espécie de pássaro chamado "Galvão".

Pois bem, em cerca de uma semana, toda essa brincadeira virou pauta para jornais como o El Pais (Espanha) e o NY Times (EUA).


A Resposta da emissora:
Até ontem, a rede Globo manteve-se calada sobre o assunto. Assim como fez em relação às faixas que sempre existiram nos campos de futebol brasileiros. A única ação até então, era evitar que as faixas fossem captadas pelas câmeras da emissora.

Mas o surgimento das redes sociais e o paradigma que ela traz consigo, obrigou a Rede Globo a começar a mudar seu relacionamento com a audiência.

Desde o ano passado a emissora vem experimentando novas estratégias de comunicação e relacionamento com o público. Particularmente, acredito inclusive que a Globo é a emissora no Brasil, melhor prepararada para lidar com esse novo paradigma implantado pelas redes sociais (veja aqui um outro post sobre o assunto).

Sob o ponto de vista institucional, o "CALA BOCA GALVAO" é um bom exemplo de situação de crise de imagem que surge com a era das redes sociais.

Em discussões sobre "gerenciamento de crise de imagem" e RP 2.0, é unânime a afirmação de que não se deve optar em primeira instância, por nenhuuma resposta institucional que seja agressiva, impositiva ou que tente cercear a opinião pública. Ao contrário, a melhor resolução é aquela que consegue minimizar a repercussão negativa e se possível, converter em algo positivo.

Foi o que fez a Rede Globo.

Depois de uma semana inteira sem nenhuma manifestação, o próprio Galvão Bueno começou a comentar o caso publicamente, dizendo que considerava uma espécie de homenagem.

Especialmente ontem, após a transmissão da partida Brasil x Coréia do Norte (em que aparece a faixa no estádio), o locutor conversa com o apresentador Tiago Leifert e comenta o caso. Esse material, além de transmitido pela emissora, é também transformado em uma matéria para o portal na internet da emissora.

Aqui começa a sacada da Globo, pois ao invés de calar-se, ela começa a aproveitar o assunto como pauta e tenta converter em audiência.

Logo depois da publicação online da matéria, em seus respectivos perfis no Twitter, Galvão Bueno (fake), Tiago Leifert e Casseta & Planeta comentam o caso, ajudando a divulgar o link da matéria.



No final da matéria fica anunciado que a entrevista completa iria ao ar no programa Central da Copa na noite daquela quarta.

Essa nota foi suficiente para gerar expectativa entre os usuários do Twitter que claro, naquela noite, durante toda a transmissão do programa Central da Copa, ficaram também ligados no Twitter, comentando entre si.

Em resumo, o interessante deste caso não é a estratégia para eliminar a repercussão negativa, pois grande parte do público reclamou do locutor considerar tudo isso apenas uma "brincadeira". E de fato, a repercussão negativa continua (porém foi minimizada).

O destaque fica para a capacidade da emissora em conquistar parte desse público e converter em audiência para o seu portal na internet e para o programa Central da Copa. Afinal, a luta maior atualmente das emissoras de TV é atrair o público que migrou da televisão para o ambiente digital.

Observações finais:
- No texto acima não pretendo indicar que todos os fatos são parte de uma única estratégia planejada pela emissora. Não faço ideia em qual momento houve uma ação institucional e qual foi uma atitude particular dos profissionais envolvidos. Fato é que o conjunto dos eventos surtiram um efeito positivo para a Rede Globo.

- Após a publicação desse post alguns amigos lembraram que o perfil @galvaobueno_ não é oficial. Ainda assim, foi um dos perfis que participaram da propagação da matéria da Globo sobre o caso e portanto, colaboraram positivamente para a promoção da emissora. Obrigado àqueles que ajudaram a complementar esse post!

- Hoje o programa Video Show também fez uma matéria dobre o "CALA BOCA GALVAO", prova de que a emissora resolveu apropriar-se do assunto como pauta para sua programação. Uma forma de atrair o público do Twitter para a televisão.

- Um leitor do blog deixou na área de comentários um link para outra matéria publicada no portal da Globo sobre o programa Central da Copa e a entrevista com Galvão Bueno. Nota-se que o tema gerou bastante conteúdo.

- Concordo que na entrevista durante o Central da Copa, o próprio Galvão Bueno não aparenta estar completamente à vontade.  O que indicaria trata-se de uma decisão institucional essa tentativa de apropriação  da repercussão. Mas vale mais a aposta de que no fundo, foi um encontro de iniciativas institucionais e individuais de pessoas que conhecem bem o funcionamento das redes, como o Tiago Leifert.

- Também concordo com aqueles que disseram não gostar de como a Globo ironizou  a situação. "Levar na brincadeira" não é, de fato, a melhor resposta. O público quer ser levado a sério, e não o contrário. Por isso afirmo que essa resposta não foi necessariamente a melhor, minha ênfase está mais sobre a forma como ela aproveitou para gerar audiência para sua programação.
Fonte: Blog e-code

Mais um pesquisa, o Brasil cada vez mais conectado.


Brasil é o país que mais acessa redes sociais

16/06/2010

O Brasil é o país mais presente em redes sociais. De acordo com a Nielsen, que realizou estudo durante o mês de abril, 86% dos internautas brasileiros estão presentes em sites do segmento. No total, mais de cinco horas foram gastas com sites como Orkut, YouTube e Twitter no mês, somente no Brasil.
A Nilsen aponta que a popularidade das redes sociais no Brasil começou em 2004, com a chegada do Orkut ao país. Segundo a consultoria, até setembro de 2005, metade da população nacional já havia visitado a rede social do Google.

O campeão em tempo, no entanto, foi a Austrália, onde os internautas gastaram mais de 7 horas do mês de abril com esse tipo de site.

Redes sociais no mundo

Em escala global, as redes sociais representam 22% de todo acesso à internet – um em cada quatro minutos e meio. Pela primeira vez, a Nielsen constatou que esses sites foram visitados por três quartos dos internautas mundiais.

O resultado deste ano mostra que houve um salto de 24% na quantidade de pessoas que acessam redes sociais em relação a abril de 2009. E a alta foi de 66% na quantidade de tempo gasto com os sites.

Três das marcas mais populares do mês de abril são redes sociais: Facebook, YouTube e Wikipedia. O primeiro com 54% do total de internautas no mundo como usuários, que gastaram seis horas com o site. Outros 47% estão cadastrados no YouTube, com gasto de 57 minutos; e o Wikipedia, com 35% da população digital, teve tempo médio de 13 minutos no mês.

O Facebook, rede social mais popular do mundo, faz mais sucesso na Itália, onde 66% dos internautas gastaram pouco mais de sete horas com o site. No Brasil, o site pode ainda não ter tanto sucesso quanto o Orkut, mas, por aqui, 26% da população digital já se faz presente nele. No mês, o brasileiro gastou quase duas horas com o site de Mark Zuckerberg.

Marcas mais populares

Os sites mais populares em abril, segundo a Nielsen, foram os do Google, com 82% dos internautas mundiais. Sites da marca MSN, WindowsLive e Bing ficaram em segundo, com 62% do total. Em seguida vem Facebook (54%), Yahoo! (53%) e Microsoft (48%).

Fonte: Adnews