Você curte um BBB?

Estou certo de que você está esperando que como profissional de Marketing eu vá me referir ao reality show que é uma praça promocional de marcas com boa condição de investimento em propaganda e publicidade.
Ocorre que me refiro aqui à relação de consumo e às formas de torná-lo mais prazeroso. Explico; o BBB do artigo é o "Bom, Bonito e Barato", sim ele mesmo, aquele produto/serviço que você cliente adora usar, fica envaidecido ao mostrar para os outros que possui e indica aos amigos, e que logicamente crê que pagou um ótimo preço.Impossível? Definitivamente não. Dá trabalho? Sim, e muito! Porém o resultado é um crescimento contínuo do negócio.
Esclareço aqui não me referir a nenhum produto ou serviço voltado a classes mais baixos, muitas vezes consumidos por pessoas de classes sociais mais elevadas, apenas pelo prazer momentâneo que a orientação por preços proporciona. Trato de uma coisa muito conversada internamente nas boas áreas estratégicas de empresas, mas ainda distantes de um ponto de convergência em direção ao cliente final. Seja você classe A+ ou E, estará sempre feliz com a combinação BBB.
Hoje temos muita propaganda, muita comunicação frenética, repetitiva, anunciando promoções maravilhosas, fim do IPI para uns, redução para outros, mailings sendo despejados em sua caixa de e-mail com as melhores condições, tudo muito bonito e aparentemente muito bom.
Agora pare um pouco; pense em algumas oportunidades onde esteve muito afim de levar algo ou contratar algum serviço e deixou de ter um BBB pelo atendimento que recebeu, pelo impacto causado pelo PDV, não apenas por ter consciência de poder ser um BBB, mas pelas más práticas não terem conseguido transformar algo às vezes não tão barato em algo percebido como "uma barbada".
Exatamente! O BBB é uma combinação de percepções até a compra e uso pós compra, portanto a abordagem e o atendimento bem feitos farão toda diferença, para uma percepção BBB, a psicologia do consumo nos comprova isto diariamente nas relações entre as marcas e seus clientes.
Você pode até estar se perguntando "Mas se o produto for barato e não for bom, mesmo sendo bonito e eu já tiver comprado, não haverá decepção com a marca também? Certíssimo, porém trato aqui de produtos e serviços de qualidade, pois hoje se a empresa não possui qualidade, melhor nem abrir as portas, a própria concorrência se encarrega da barreira de entrada.
Pessoas compram Marcas, não produtos, o VALOR PERCEBIDO é o BBB real! Para chegar a tal ponto precisa-se de muita análise, estudo, planejamento e, principalmente, boa execução e ótimo ATENDIMENTO.

A Segurança Privada e seus "Sujinhos"

Pode parecer um tanto pesado o termo, porém trata-se apenas de uma associação que muitas pessoas fazem a profissionais da área da segurança.
O "sujinho" é aquele sujeito com pouca formação e informação, que bate à porta do cliente com uma pastinha, sapatos empoeirados, e vai falar em segurança, guarda e coisas que remetem a um mundo pouco amigável e de gente rude.
Ele representa a empresa "sujinha" que faz questão de passar aquela imagem ameaçadora e também rude, com aquelas marcas que exibem toda a fauna disponível (garras de tigre, leões, águias, corvos, etc), sem um conceito de serviço, sem um fundamento de trabalho organizacional.
Certamente não é intencional, estas simbologias têm um um histórico de aplicações em corporações militares, não que seja ruim a fauna presente, desde que seja aplicada de maneira coerente, em anúncios, placas de advertência, carros, etc.
A maioria não aparece e nem parece simplesmente por serem ilegíveis.

Após anos de experiência no segmento de segurança privada, passando pelas áreas comerciais primeiramente e posteriormente trabalhando o mix de marketing e a gestão de algumas marcas, colhi boa parte da percepção dos clientes externos e internos, cruzando-as muitas vezes e solucionando problemas corriqueiros.

Visitei clientes que, num primeiro momento, simplesmente pareciam ver-me como um guarda de rua melhorado atrás de seu dinheiro, oferecendo-lhes aquela segurança rude, em alguns casos até um tanto rudimentar mesmo.

Porém custava-me pouco até que virasse tal percepção em algo positivo e estimado por parte deste cliente que prontamente entendia o recado, alinhando seu olhar ao meu, sem sentir-se superior, pois não seria possível em nenhuma hipótese. É claro que felizmente possuo tal habilidade pela experiência acumulada em várias áreas profissionais onde atuei, mas também por um preparo teórico muito embasado, preparo esse que nunca deixo de aperfeiçoar através de estudo contínuo.

Em quase 6 anos inteiramente dedicados à área de segurança noto que a grande maioria das empresas, grandes ou não, continuam agindo como os "sujinhos", aqueles broncos que ocupam muitos espaços nas ruas de nossa cidade, vigias e simples empregados sem estudo que ficam ali só para...... fazerem as pessoas sentirem-se menos inseguras. Ou seja, estas empresas não transmitem profissionalismo, diferenciação, relacionamento com clientes, cadeia de valor, e por aí vai. Dão uma arrumada superficial nos uniformes, carros, mas a coisa fica por aí, na fachada. Ganham dinheiro por causa de uma demanda latente e este fato as deixa tranquilas financeiramente, entretanto a imagem não melhora perante as pessoas. Por quê?

Quase todos os prestadores de serviços da área são pessoas com experiência de segurança, ou polícial, com grande preparo técnico em alguns casos, mas despreparadas academicamente e sem visão de gestão, estratégia e, principalmente, relacionamento com clientes, que a cada dia estão menos pacientes, mais exigentes e informados.

Existem alguns excelentes profissionais ainda atuando em áreas mais operacionais, onde conseguem fazer quase tudo funcionar, mas isto não faz as empresas crescerem ou melhorarem sua imagem, apenas trocarem clientes umas com as outras de forma inconsciente.

A Segurança Privada é um dos grandes negócios disponíveis e em crescimento, com insvestimentos crescentes em taxas que superam os 20% ao ano, um setor que não dá bola para crise mundial, ainda que muitos consumidores tratem o assunto como supérfluo. No Brasil investimentos em equipamentos de segurança ocupam 20º lugar no orçamento familiar.

Se você é proprietário de uma empresa e quer crescer, conhece, contrata ou simplesmente gostaria de identificar serviços realmente profissionais nesta área, mande um e-mail para mim, existem detalhes que farão uma grande diferença na hora em que estiver frente a frente com seus clientes, atuais e potenciais.

Vire o jogo e melhore seus resultados!

Ou pretende entrar no hall dos "sujinhos"?

indiGESTÃO

Gosto muito desse trocadilho. Apesar de a palavra indigestão significar "perturbação no aparelho digestivo", associo o substantivo perturbação ao título deste artículo.

Chamo de IndiGestão as atitudes de alguns executivos que procuram o próprio sucesso de maneira afoita, exacerbada, carregados de uma soberba sem tamanho, onde se acham os senhores absolutos. São as versões do famoso modelo Zeus, descrito no livro "Deuses da Administração", de Charles Handy.

O profissional assume uma posição com uma série de responsabilidades e urgências e , obviamente, está muito bem preparado tecnicamente para fazê-lo. Sim, eu disse tecnicamente, seja via preparação acadêmica ou por histórico profissional, ou ambos.

Então por que muitos não conseguem atingir os objetivos, equilibrar as contas, fazer as pessoas trabalharem engajadas?

A resposta para esta pergunta pode estar justamente nas características pessoais, no modo como a pessoa por trás deste Executivo encara os problemas e as pessoas aliadas e subordinadas a ele.

Em um momento onde a palavra mais dita é "CRISE", fica evidente a necessidade de termos nas organizações pessoas capazes de proporcionar reviravoltas criativas nos negócios, caso contrário corre-se o risco de termos mais e mais empresas em dificuldades, vítimas deste cenário de desconfiança mundial.

Experiência ajuda muito, a Academia então, mais ainda, porém se a Gestão não for humana e responsável, a empresa compromete as duas coisas mais importantes para sua longevidade, sua marca e suas pessoas.

Em minhas abordagens de Branding sempre cito a marca como o centro de tudo, é por ela que os consumidores o identificarão, terão bons sentimentos, farão boas associações de valor, comprando-a e divulgando-a aos amigos (mais pessoas). Entretanto o sucesso de uma marca está na mão de equipes engajadas e dispostas, gente afim de entregar a "Brand promisse".

O grande responsável pelo sucesso desta cultura é o Executivo máximo da companhia, a referência de trabalho, o visionário, o guia.

Portanto características como humildade, ética e respeito às pessoas podem ser determinantes no reconhecimento de uma liderança, o que poderá representar o sucesso ou fracasso de uma marca e seu Gestor.

Definição de papéis é obrigatória, exposição da hierarquia também, mas o comando deve ser recebido como algo necessário ao crescimento de todos, não como algo doloroso, de maneira coercitiva e desumana.

Costumo dizer que é melhor ter aliados a servos, os primeiros dificilmente lhe virarão as costas ou o deixaram em perigo, enquanto os outros procurarão sempre uma oportunidade para prejudicá-lo buscando fugir da "tirania".

Pretende ser Gestor ou já é? Então independentemente do momento, prepare-se para cuidar muito bem do primeiro P mercadológico, Pessoas. Elas o ajudarão a ser o profissional reconhecido e talentoso.

Será que meus colegas de profissão têm esquecido o conceito ou os diretores realmente os estão travando pela visão míope do curto prazo?

"The aim of marketing is to know and understand the customer so well the product or service fits him and sells itself."

Peter F. Drucker