Um artigo bem "catequisador" sobre Branding, umas das especialidades da Mercadologia 100

Pessoas precisam de comunicação, não de propaganda

Professor da ESPM fala sobre a mudança na forma de se comunicar com o consumidor em um novo ambiente mercadológico
No  final do século XIX,  as pessoas precisavam comprar máquina de costura, um utensílio muito necessário nas vidas de nossas “avós”. Esses produtos não necessitavam de propaganda para serem vendidos, pois atendiam necessidades básicas das famílias  e o que era produzido era vendido. Nessa mesma época surgiu um elixir  “cura tudo” chamado Coca-Cola, em Atlanta, Estados Unidos. Os gestores logo perceberam que vendiam algo a mais  do que um simples produto. Vendiam uma imagem. As pessoas pediram para que eles parassem de posicionar  a marca como um remédio, pois queriam consumir a bebida mesmo não estando doentes. Queriam que esse produto fizesse parte do  seu dia a dia.
Surgiu então a ideia do “delicioso e refrescante”. Para comunicar esse estilo de vida, dirigido aos jovens modernos, a empresa começou a direcionar 25% de seus lucros para a divulgação da sua marca. Nascia, assim, a comunicação como conhecemos no século XX, com grandes campanhas na TV, no rádio e em revistas - a mídia de massa em que as empresas divulgam a mensagem  para os consumidores em sentido único, sem ser uma via de duas mãos.
Mas, no século XXI, o ambiente mercadológico mudou e as empresas precisam se atualizar. Temos uma maior complexidade das relações comerciais; abundância de ofertas e concorrentes; mídias cada vez mais fragmentadas e, principalmente, um novo olhar dos consumidores sobre as marcas. As pessoas estão procurando  por marcas que compartilhem os mesmos valores. Escolhemos os produtos que vamos usar, como se estivéssemos escolhendo os amigos com quem gostamos de dividir  nossos melhores momentos. E nós gostamos de conversar com nossos amigos, expor nossos pontos de vista e sermos ouvidos.
A tradicional mídia de massa passa a ser chamada de propaganda de interrupção:  interrompe nossos programas de TV, nossas músicas no rádio, nossos artigos nas revistas etc. Podemos afirmar que essa propaganda tradicional está jurada de morte, pois as pessoas  não gostam e não aceitam conversas de mão única e a própria indústria publicitária que não se atualizou, repete fórmulas do passado, que levam ao descrédito dessas ferramentas.
As principais consequências desse movimento é que a mídia tradicional, que trabalha na mão única, perde espaço para a web, onde a comunicação é mais parecida com uma boa conversa ente amigos, do que um discurso de vendas. As pessoas estão ouvindo mais seus amigos, retornando a uma cultura de boca a boca que existia antes da comunicação de massa. O melhor vendedor de um produto/marca é o nosso amigo ou pessoas em quem confiamos. O consumidor passa a ser o veículo de mídia e não apenas um observador dela.
A reação da indústria é ser mais “intrusa”,  o primeiro passo para desacreditar ainda mais a propaganda. Fruto desta intromissão é o crescimento do Product Placement (o merchandising no Brasil): editoriais, conteúdo dos programas de TV, filmes, eventos. E quando se une o conteúdo com a propaganda gera-se mais um passo para desacreditar na propaganda. Reação do consumidor: maior afastamento em função da interferência comercial no conteúdo do seu entretenimento. Mais interrupção, mas apenas disfarçada.
Os profissionais de marketing criados nos antigos modelos se sentem inseguros para trabalhar as novas mídias: redes sociais, blogs e microblogs, marketing viral (o boca a boca turbinado por esteróides que é a internet).
Não é necessário ter medo, pois independente de se utilizar a mídia tradicional ou as novas mídias, as marcas precisam manter um foco fundamental: estabelecer relações verdadeiras com os consumidores. Não existe mais espaço para as falsas promessas feitas para vender  o produto a qualquer custo.
Muitas empresas cometem erros ao subestimar a inteligência dos consumidores, evitando o diálogo que eles tanto querem. Este é um caminho sem volta para as empresas que querem construir marcas fortes através da comunicação. Afinal, as pessoas precisam de comunicação, não de propaganda.


Júlio Moreira (Professor de Branding e Gestão de Produtos e Marcas, nos cursos de Pós-Graduação da ESPM, Sócio Diretor da Top Brands Consultoria e Gestão de Marcas)

Fonte:HSM Online 04/06/2010

Web é meio de propaganda para 60% das pequenas empresas - Maior alcance, menor custo


Cerca de 60% das pequenas e médias empresas latino-americanas que administram um site próprio se servem das possibilidades oferecidas pela internet para fazer propaganda de seu trabalho empresarial, segundo revelou um relatório encomendado pelo Google e apresentado em Bogotá.

Das 3.600 pequenas e médias empresas de países como Brasil, Argentina, Chile, Colômbia e México (que foram entrevistadas pela empresa de consultoria Pyramid Research para o Google), 86% contam com um site, o que permitiu identificar o grau de vinculação destas empresas com a internet.

As pequenas e médias empresas da região sem site, que correspondem a 14% das consultadas, confirmaram que utilizam alguma forma a publicidade on-line ou que têm a intenção de fazê-lo nos próximos meses.

Dentre os tipos de publicidade às quais pequenas e médias empresas recorrem estão os anúncios contextuais e em buscadores (como Google ou AdWords); os gráficos (como banners); e anúncios multimídia.

Por outro lado, o "Estudo de tendências de uso de internet nas pequenas e médias empresas da América Latina" ressaltou que apenas 18% dos sites de pequenas e médias empresas permite, atualmente, as transações on-line.

Os dados sobre publicidade e comércio eletrônico refletem, segundo este reporte, que aumentou o interesse das pequenas e médias empresas latino-americanas em incorporar as ferramentas de internet entre suas estratégias, mas que "muitas estão ainda começando".

"Observamos um tremendo potencial para a adoção de ferramentas on-line entre as pequenas e médias empresas da região", considerou o diretor de vendas on-line do Google América Latina, John Ploumitsakos. "Cerca de 31% da população da América Latina e do Caribe utiliza internet."

Para o executivo, "o consumidor está pedindo novas funcionalidades e maiores opções no comércio eletrônico, logo, os comerciantes tradicionais devem seguir a tendência traçada pelo usuário para não ficar fora do jogo".

As pequenas e médias empresas latino-americanas representam 95% do total de empresas da região e se levantaram como os motores e grandes geradores de emprego da economia regional, segundo reconheceu o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno, o março passado.
O Brasil lidera com 29% a lista de países de maior adoção de comércio eletrônico em sites da internet, seguido pela Colômbia, onde 23% de pequenas e médias empresas implementaram ferramentas para desenvolver o comércio eletrônico.

Chile, México e Argentina os seguem com menores níveis de envolvimento.

O estudo da Pyramid Research mostrou que não só o nível de aproveitamento tecnológico poderia ser melhorado, mas também concluiu que, "em termos gerais, a sofisticação tecnológica na América Latina continua sendo baixa".

"As pequenas e médias empresas precisam otimizar seus sites na internet, habilitar funcionalidades que permitam uma maior interatividade, assim como utilizar as diferentes ferramentas disponíveis para fazer propaganda on-line", destacou Ploumitsakos.


Fonte: Efe, via WBI Brasil