indiGESTÃO

Gosto muito desse trocadilho. Apesar de a palavra indigestão significar "perturbação no aparelho digestivo", associo o substantivo perturbação ao título deste artículo.

Chamo de IndiGestão as atitudes de alguns executivos que procuram o próprio sucesso de maneira afoita, exacerbada, carregados de uma soberba sem tamanho, onde se acham os senhores absolutos. São as versões do famoso modelo Zeus, descrito no livro "Deuses da Administração", de Charles Handy.

O profissional assume uma posição com uma série de responsabilidades e urgências e , obviamente, está muito bem preparado tecnicamente para fazê-lo. Sim, eu disse tecnicamente, seja via preparação acadêmica ou por histórico profissional, ou ambos.

Então por que muitos não conseguem atingir os objetivos, equilibrar as contas, fazer as pessoas trabalharem engajadas?

A resposta para esta pergunta pode estar justamente nas características pessoais, no modo como a pessoa por trás deste Executivo encara os problemas e as pessoas aliadas e subordinadas a ele.

Em um momento onde a palavra mais dita é "CRISE", fica evidente a necessidade de termos nas organizações pessoas capazes de proporcionar reviravoltas criativas nos negócios, caso contrário corre-se o risco de termos mais e mais empresas em dificuldades, vítimas deste cenário de desconfiança mundial.

Experiência ajuda muito, a Academia então, mais ainda, porém se a Gestão não for humana e responsável, a empresa compromete as duas coisas mais importantes para sua longevidade, sua marca e suas pessoas.

Em minhas abordagens de Branding sempre cito a marca como o centro de tudo, é por ela que os consumidores o identificarão, terão bons sentimentos, farão boas associações de valor, comprando-a e divulgando-a aos amigos (mais pessoas). Entretanto o sucesso de uma marca está na mão de equipes engajadas e dispostas, gente afim de entregar a "Brand promisse".

O grande responsável pelo sucesso desta cultura é o Executivo máximo da companhia, a referência de trabalho, o visionário, o guia.

Portanto características como humildade, ética e respeito às pessoas podem ser determinantes no reconhecimento de uma liderança, o que poderá representar o sucesso ou fracasso de uma marca e seu Gestor.

Definição de papéis é obrigatória, exposição da hierarquia também, mas o comando deve ser recebido como algo necessário ao crescimento de todos, não como algo doloroso, de maneira coercitiva e desumana.

Costumo dizer que é melhor ter aliados a servos, os primeiros dificilmente lhe virarão as costas ou o deixaram em perigo, enquanto os outros procurarão sempre uma oportunidade para prejudicá-lo buscando fugir da "tirania".

Pretende ser Gestor ou já é? Então independentemente do momento, prepare-se para cuidar muito bem do primeiro P mercadológico, Pessoas. Elas o ajudarão a ser o profissional reconhecido e talentoso.

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